Maria Adelaide Amaral
Maria Adelaide Amaral foi a segunda convidada. Ao contrário de Lima Duarte, o seu discurso foi mais calmo, mais fixo na plateia de forma a mostrar a melancolia, a nostalgia e a saudade, a noção de que existe o mar que nos renova características tão próprias do povo português. Começa por falar da família, proferindo em palavras carregadas de humildade e profundidade: “devo muito à vida”. Maria Adelaide Amaral viveu muitos anos em Ermesinde, em Portugal, e isso nota-se, não só na sua personalidade mas na sua maneira de falar do país.
Apesar de não ter tido uma família abastada em termos financeiros, era abastada a nível cultural: nunca foi proibida de ler nada, e é aqui que a sua paixão pela literatura vai crescendo cada vez mais, até chegar ao ponto de amar profundamente os escritos de Eça de Queiroz, principalmente “Os Maias”, dos quais fez a sua própria interpretação mais tarde, expressando bem o seu amor pela cultura Portuguesa.
Clara Nunes